Alunos do Fundamental 2 refletem sobre a diferença entre intercâmbio, debate e discussão
Durante a aula de “Uma leitura ética e cidadã do mundo”, a professora Juliana Póvoa observou que, nos momentos de conversação, muitos alunos da turma se exaltavam com as opiniões dos outros e que existia, em diversos deles, a necessidade de sempre querer impor a própria compreensão, tendo ela como uma verdade plena.
Sendo assim, com o objetivo de construir o conceito de intercâmbio e de diferenciar intercâmbio de debate e discussão, a professora levou para sala de aula diversos ramalhetes de flores do campo, com características bem diferentes entre eles (cores, números de flores, botões, desenho das folhas, caule com espinho ou pelos...).
“Pedi que eles esquecessem todas as informações que eles tinham sobre flores até o momento, entreguei um ramalhete para cada um e disse que aquela seria então a sua verdade sobre o universo das flores, não importando a flor do outro. Sendo assim, cada aluno foi colocando a sua verdade sobre o mundo das flores; anotei todas. Logo após, pedi para outro aluno confirmar aquela informação, obviamente a descrição foi diferente”, explicou a docente.
Ao final dessa primeira parte da dinâmica, a professora indagou aos alunos sobre qual era a verdade sobre as flores. Por meio de reflexões, ela mostrou que quando exigimos uma só resposta, há um debate ou discussão, onde se pressupõe que somente uma pessoa tem a razão e que esta será a vencedora.
Em um segundo momento, a docente pediu para cada um descrever seu ramalhete e para que o colocasse no jarro que estava no centro da roda. Naquele momento, cada um podia dizer o que observava do universo das flores que ia se formando dentro do jarro. A resposta já não cabia a apenas um aluno, todos tinham a oportunidade de expressar o que enxergavam.
“Perguntei então qual visão era maior, do primeiro momento ou do segundo? ‘A segunda, claro!’, foi a resposta dos alunos. Expliquei que esse é o conceito de intercâmbio, onde cada um leva o fragmento de verdade que consegue observar, e o apresenta. Durante um intercâmbio, todos podem contribuir com suas observações e enriquecer a sua própria compreensão com aquilo que foi levado pelos demais. Todos formam, juntos, uma imagem maior. Não há certo ou errado, existe compreensões e observações diferentes”, declarou Juliana.
Ao final, os alunos estavam felizes e pediram para presentear os funcionários da escola com aquelas flores. A turma ficou bem interessada e passado alguns dias, um funcionário manifestou que gostou tanto de receber aquela flor que a plantou nos fundos da escola. A flor criou raízes e está se fortalecendo.
Em conversa com a turma, a professora ressaltou sobre o cultivo da gratidão que sentimos quando um bem é estendido aos demais.