Alunos do 9º Ano pensam sobre a importância da consciência para a construção da própria história de vida
Na turma do 9° Ano foi realizada uma atividade diferente na aula de História. Os alunos se sentaram em círculos e receberam uma folha em branco. A instrução era a de que iniciassem um desenho, mas, que quando a professora Cecília Cordeiro pedisse para parar, deveriam erguer as mãos e parar, imediatamente, o que estavam fazendo, passando a folha para o colega ao lado. Dessa forma, cada aluno acabou completando o desenho do colega, acrescentando o que quisesse. A brincadeira terminou quando o desenho original voltou para as mãos do aluno que o havia iniciado.
A surpresa foi grande! O desenho voltava completamente diferente daquilo que o "autor original" havia pensado. Em seguida, dividiu-se a turma em dois grupos para que, a partir dos desenhos, criassem uma história com início, meio e fio. Foi bastante difícil, mas os alunos se superaram e saíram histórias muito divertidas!
A ideia da atividade era pensar a produção do conhecimento histórico, ao mesmo tempo em que se desenvolvia uma importante habilidade prevista na BNCC: "Identificar a gênese da produção do saber histórico e analisar o significado das fontes que originaram determinadas formas de registro em sociedades e épocas distintas".
A partir da dinâmica, foi possível discutir a subjetividade das fontes históricas, a interpretação de cada aluno, a produção de sentido histórico e o preenchimento de "lacunas" (a dimensão imaginativa) do conhecimento histórico. Isso porque os desenhos representavam um acúmulo de subjetividades (cada aluno deixou a sua "marca", o seu vestígio no papel), e, no final, o grupo deveria buscar um sentido no desenho e na sequência de desenhos, o que nem sempre é fácil.
O historiador profissional muitas vezes se depara com uma infinidade de fontes, produzidas nos mais diversos contextos, e tem o enorme desafio de dar inteligibilidade e significado para aqueles documentos, construindo a sua história. É um desafio que deve ser feito de forma bastante crítica e objetiva, para que possam entregar para os leitores do presente uma interpretação acurada do passado.
Ao final de toda a atividade, os adolescentes perceberam que: “Ao vivermos nossas vidas de maneira inconsciente, nossa própria história também não terá inteligibilidade e nem significado. Será como uma página em branco. Se quisermos que nossa vida, que a nossa história tenha valor, se quisermos que ela nos permita cumprir com um caminho de superação, onde cada dia buscamos ser melhor do que fomos no dia anterior, é necessário estar atento, consciente de tudo o que se vive”.