Educação Nutricional no Colégio Logosófico
Atualmente, com a transição alimentar e nutricional, a população brasileira vem apresentando, a cada, dia hábitos alimentares menos saudáveis, consumindo grande quantidade de alimentos altamente calóricos, com excesso de açúcar, gordura e sal. Associado a isso, observa-se também o sedentarismo que traz o aumento do número de pessoas com sobrepeso, obesidade, diabetes, hipertensão arterial e outras doenças crônicas não transmissíveis como consequência (DCNT) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008; MORAES e DIAS, 2012; FLORES et al., 2013).
Essas doenças ocorrem cada vez mais precocemente. A obesidade na infância já é alarmante em países desenvolvidos e aumentam a cada dia no Brasil (DAVANÇO, 2004; MAYER, 2013).
Segundo Pesquisa de Orçamento Familiar (POF, 2008/2009), a ocorrência de sobrepeso e obesidade em crianças de 5 a 11 anos no Brasil era de 33,5% e 14,3%, respectivamente. Prevenir essas doenças e controlar os seus fatores de risco é extremamente importante, pois já se sabe que 80% das crianças que apresentam obesidade aos cinco anos, permaneceram nessas condições durante a vida adulta (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
A infância é o período em que ocorre a formação dos hábitos alimentares. Por isso é importante que a criança apresente uma alimentação saudável, que seja fonte de nutrientes para tornar possível o crescimento e desenvolvimento adequados (ROSSI et al., 2008). Sabendo que os hábitos alimentares na infância poderão perdurar até a vida adulta, a promoção da alimentação saudável no ambiente escolar é uma estratégia de saúde pública para a prevenção de doenças e promoção da saúde escolar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
Entre as fases do desenvolvimento da criança, destaca-se a dos pré-escolares, 2 a 6 anos, e dos escolares, 7 a 9 anos. Essas fases apresentam características psicossociais e fisiológicas específicas que devem ser consideradas para a promoção de uma alimentação saudável. Nessa idade, ocorre uma diminuição na velocidade de crescimento e, como consequência, o apetite delas também é menor. As crianças também se apresentam muito distraídas com o mundo ao seu redor, não tendo tanto interesse na alimentação, o que também pode levar a uma diminuição do consumo de alimentos em comparação aos escolares, que são mais independentes e aceitam melhor os alimentos (VITOLO, 2008).
Desde a infância, o meio ambiente em que estamos inseridos influencia nossa alimentação. A escola é um meio de convivência e socialização importante, que influencia diretamente o consumo alimentar infantil a partir da convivência das crianças com os colegas e educadores (VITOLO, 2008; ROSSI et al., 2008). Além da escola, as instituições que atendem esse público têm um papel importante na formação dos hábitos alimentares das crianças e na promoção de uma alimentação saudável (GOULART et al., 2010).
Desta forma, a alimentação escolar deve ser adequada qualitativamente e quantitativamente, visando suprir as necessidades nutricionais da criança no período em que ela se encontra no ambiente escolar. Além disso deve propiciar um rendimento e aprendizagem adequados (BRASIL, 2009).
A obesidade, caracterizada pelo acúmulo de tecido gorduroso, regionalizado ou em todo o corpo, é uma doença crônica, complexa e de etiologia multifatorial. A importância dessa condição na infância ocorre em função da complexidade do tratamento, da elevada possibilidade de persistência desse quadro na vida adulta e da sua associação a outras doenças não transmissíveis, ainda em idades precoces. A presença desses fatores de risco na infância acelera o processo de aterosclerose e o desenvolvimento das doenças cardiovasculares (REDE NACIONA PRIMEIRA INFANCIA, 2014).
Nesse sentido, o Colégio Logosófico realiza ações diárias, junto ao serviço de Nutrição, para contribuir com a melhoria dessa realidade no país. Entre as ações desenvolvidas estão:
- Rodinha de conversação regida pela equipe de Nutrição com o intuito de estimular uma melhor aceitação de novos alimentos;
- Projeto mensal de educação Nutricional com os alunos e educadores em sala de aula, denominado: Nutrindo histórias;
- Participação efetiva da Nutrição durante as refeições, auxiliando os alunos no convívio social, afetivo e na formação do cidadão frente ao ato de comer, visando ao não desperdício de alimentos e contribuindo com separação do lixo.
- Avaliação Nutricional para levantamento do perfil dos alunos, de forma a acompanhar o seu crescimento.
- Troca de experiências e conhecimentos entre o serviço de Nutrição e educadores para viabilizar a formação desses hábitos alimentares diariamente.
Ao estimular tais ações, estaremos fortalecendo e realizando nossa missão de “Oferecer à infância e à juventude, por meio da pedagogia Logosófica, um amparo e um saber que favoreçam o desenvolvimento pleno de suas aptidões físicas, mentais, morais e espirituais, formando as bases de uma nova humanidade, mais consciente de sua responsabilidade diante da própria vida, da sociedade em que vive e diante do mundo”.
Nutricionista: Shirley Quintino Vieira de Jesus