[Artigo] Posso usar temperos na comida do meu filho? Quais devo evitar e quais devo usar?
Não podemos falar de comida como algo apenas para suprir necessidades energéticas e nutricionais. O comer também é um ato cognitivo, pois se conhece pelo gosto. As palavras saber e sabor aparentam-se. A origem das duas palavras é a mesma, o termo latino sapere significa “ter gosto”. Isso indica que a fonte do conhecimento empírico direto é, etimologicamente, associada ao sentido do gosto (1). Assim, pode-se inferir que a comida está, estreitamente ligada à culturas às relações afetivas e também ao prazer.
Se a comida tem forte relação com o prazer, é natural termos a preferência por alimentos realmente saborosos da infância à fase adulta. Os temperos exercem importante papel para atribuir sabor às preparações, no entanto, há diversos produtos industrializados que acarretam grandes malefícios à saúde humana, principalmente ao serem consumidos em longo prazo. Os mais comumente encontrados nas prateleiras dos supermercados, são: realçadores de sabor, condimentos e molhos prontos (shoyo, molhos para salada e molho de tomate), que são ricos em glutamato monossódico, corantes e conservantes.
O Glutamato monossódico possui relação com distúrbios de comportamento-hiperatividade, autismo, transtorno de déficit de atenção e déficit de desenvolvimento, além de aumentar o risco de algumas doenças crônicas, como a obesidade e o diabetes mellitus (2).
Os corantes, de modo geral, podem ocasionar alergias de pele, urticária, hiperatividade em crianças e em longo prazo há a possibilidade de evoluir para distúrbios comportamentais, emocionais e sociais (2).
Os conservantes em sua maioria são à base de sódio, implicando elevação da pressão arterial sanguínea (2).
Considerando os inúmeros malefícios à saúde, ocasionados pelo uso de temperos industrializados, devem ser evitados, dando preferência a temperos naturais, como ervas frescas ou desidratadas (orégano, sálvia, alecrim, tomilho, cebolinha, salsa etc) além de alho, cebola, tomate, entre outros.
Pesquisas mostram que o alho apresenta diversas propriedades benéficas, entre elas: redução dos níveis de LDL-colesterol do sangue; ação reguladora da pressão arterial, atuação protetora das doenças cardiovasculares, tem ação antibacteriana combatendo a bactéria Helicobacter pylori, causadora de gastrite, de úlcera e de câncer gástrico. Esses efeitos se devem à presença de alicina no alho (3).
A cebola, por ser rica em quercetina, apresenta ações antioxidante e anti-inflamatória; inibe a oxidação de lipídio, além de estar relacionada com à prevenção e ao tratamento de doenças cardiovasculares, câncer e insuficiência renal e hepática (4).
O tomate tem demonstrado potencial na redução da ocorrência de diversos tipos de câncer além de prevenir o surgimento de doenças cardiovasculares, em especial a aterosclerose. Em consequência, tem-se a diminuição dos riscos de infartos devido à redução da taxa de oxidação do LDL-colesterol. Isso porque o tomate contém uma grande fonte de licopeno, um potente antioxidante (3).
Portanto, quanto mais natural melhor!
REFERÊNCIAS
- Carneiro HS. Comida e sociedade: significados sociais na história da alimentação. História: Questões & Debates.n. 42:71–80, 2005.
- Conte AF. Efeitos do consumo de aditivos químicos alimentares na saúde humana. Ver. Espaço Acadêmico.n.181. 16(181):69–81, 2016.
- Basho SM Bin MC. Propriedades dos alimentos funcionais e seu papel na prevenção e controle da hipertensão e diabetes. Interbio v.4. n.1. ISSN 1981-3775, 2010.
- Behling EB. Flavonóide Quercetina : Aspectos Gerais e Ações Biológicas. Alim. Nutr., Araraquara, v. 15, n. 3, p. 285-292, 2004.